Pensando
Pensando...
Na vida o acumulo das ilusões impulsionam o homem, ator constante e procurador da essência; usar sem limite a imaginação, refugiando-se dos ódios seguidos de ópio e um tanto mais, da platéia que assiste em castelos sem luz.
Um fingidor
Um fingimento que revela
A verdade de si mesmo.
Fingir-se completamente
Para que o outro assuma.
Assim fez belamente Fernando Pessoa, ao permitir nascer Alberto Caeiro. Que por sua vez revela-se um camponês não possuidor da norma culta, mas, mestre em caminhar na complexidade do pensamento. Deixando transparecer sua maior obsessão; “Pensar é está doente dos olhos” (Alberto Caeiro. Heterônimo de Fernando Pessoa.)
Todo o tempo Caeiro afirma que não devemos pensar, mas o tempo inteiro ele está pensando. E nomeasse O guardado de rebanhos onde O pensamento são as ovelhas.
Um bom livro aos que não se lambuzam aos produtos do tédio moderno, entregando o pensamento as garras da mídia, uma máquina feroz que produz a opinião em massa.
Uma pitada do livro:
Acho tão Natural que não se Pense
Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos ...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.
Alberto Caeiro
XXXIV -
Cuidar do pensamento faz do palco uma cena com figuras belas e não apenas ás que a sociedade atual e suas máscaras querem nos empurrar.
Jane Krist