As grades do tempo
E eu achava que era a contagem regressiva para as férias remuneradas.
A caneta dançando passos lentos, sobre letras tortas, ajeitando incompreensões.
Os dedos firmes, pontuando falas atropeladas.
Centenas de páginas... leitura atenta... para não cometer injustos borrões.
Alguns atos são tão proféticos que sequer percebemos sua mensagem.
O óbvio é obscuro...
Ou talvez fosse a contagem progressiva para a liberdade.
O tempo é uma armadilha que a gente põe em quadradinhos, feito prisão.
Olhar o calendário é mirar por entre grades.
Confundindo quem está do lado dentro e quem está do lado de fora.