O Amor é, por natureza, inseguro; se fosse Certo, se chamaria Devoção.
Pensei nisso com base no ciume, no belo e aconchegante ciúme que senti dela.
Me perguntei agora: por que me senti assim? Ja que me sinto seguro suficiente pra que ninguém me represente uma ameaça.
Nisso, pensei: talvez quem ame jamais seja seguro.
Mas Devoção e Amor são obviamente sentimentos diferentes, refleti eu.
Logo pensei numa solução: quem sabe, dentre todas as diferenças, seja essa a raíz das demais: a insegurança.
Talvez seja mesmo a insegurança a fonte de todas as emoções caracteristicas do Amor (Sentimento que induz a obter ou a
conservar a pessoa ou a coisa pela qual se sente afeição ou atracção), alheias da devoção (Veneração especial).
Pois, é a incerteza, logo, a insegurança que nos faz agir.
Um exemplo, minha mãe sempre cozinha; isso é Certo pra mim, quando acordo, só preciso esperar; almoço é uma certeza.
Mas se não fosse minha mãe, o almoço seria incerto, logo, teria de me mexer e fazer algo.
Victor Frankl, em sua literatura cativante sobre o Sentido da Vida, diz que o mesmo é encontrado quando estabelecemos contato com um significado.
Contato esse que se tem por tres maneiras:
Um sofrimento eminente (acontecimento inevitável que lhe gere dor); Um amor (Sentimento que induz a obter ou a conservar a pessoa ou a coisa pela qual se sente afeição ou atracção)e/ou
a Realização (sensação obtida depois de uma tarefa realizada).
Quem sabe o amor envolva realizar, ou como eu disse, fazer algo.
A insegurança, portanto, é natural e é tanto o fruto, quanto a essência do Amor, e por assim dizer, é inevitável.