Tardezinha...

Naquele dia, olhei o sol se pondo, para a maioria das pessoas é uma coisa banal, afinal ele nasce trezentos e sessenta e cinco dias por ano, sem põe sempre no mesmo horário, do mesmo jeito, não temos a noção de que a Terra está girando em uma grande velocidade para que isso aconteça. Hoje andei pela cidade, mas havia outro olhar, como se olhasse com a minha alma, vi coisas que nunca tinha visto, passei por pessoas, entrei em uma loja, a moça do balcão sorriu pra mim e me contou uma pequena parcela da sua vida, eu não disse nada apenas ouvi, fui para o açougue, o rapaz estava mal humorado, perguntei se estava bravo, ele sorriu e disse não é meu jeito mesmo, seus olhos brilharam. Fui pegar o trem, haviam varias pessoas que eu nunca tinha visto, eram todos tão simples, me perguntei para onde iriam. Minha estação chegou eu desci do trem, caminhei até a casa da minha mãe. Quando cheguei vi minha sobrinha, é um bebe de nove meses, ela me olhou e sorriu, é tão bonito o sorriso de uma criança e olha que ela só tem dois dentes, minha mãe me abraçou e minha irmã se aproximou, ficamos conversando durante toda a tarde, eu olhei para o céu, o sol estava se pondo, haviam alguns raios passando entre a nuvens, gosto de ver o raios de sol passando por entre as nuvens, parece um desenho, consigo ver a luz chegando na Terra, gosto de ver o céu mudar de cor, anoiteceu, me despedi de todos, olhei para o céu novamente, agora as estrelas tomavam conta. Respirei fundo, e me perguntei como tudo isso poderia ser banal, um dia da minha vida havia acabado. Eu havia morrido, isso me acontecia todos os dias e eu não sabia.

Sabrina Ferreira
Enviado por Sabrina Ferreira em 16/02/2010
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