Pode-se Então... Viver.
Pode-se não ver beleza em uma folha que cai ou em um grão lançado ao vento;
Pode-se não ver a ternura que se prenuncia em uma tempestade;
Pode-se não crer em um novo dia, quando esse é precedido por uma turba e obscura noite;
Pode-se não enxergar a luz, quando se está em densas trevas e escuridão palpável...
Pode-se descrer de tudo, quando mentiras são constantes ao redor;
Pode-se não se imaginar sorrindo, quando lágrimas é tudo o que se restou;
Pode-se...
Mas, e a vida que surge de uma folha caída, as palmeiras que se erguem imponentes em densas praias?
E a bonança, brandura terna que se segue após a tempestuosa sina?
E esse sol a pino, a justiça a brilhar com intensa energia de vida, mesmo quando à noite turbulências
eclodiram na alma e no travesseiro?
E essa luz que insiste em passar por entre as copas das árvores, que brilha num olhar, mesmo quando as trevas a tentaram reter?
E a verdade que a tudo vivifica, a todos acomete certeira? Que traz a vida abundante, à luz, mesmo que por
entre uma dor, mesmo que por entre negações, que é viva sempre?
E o sorrir... O sorriso... Salinizado pelas lágrimas que o antecederam, molhado com a essência dos sentimentos
descritos em linhas tão tênues do coração...
O sorriso que traz a redenção d'alma, a orientação ao choroso, a verdadeira face do ser...
Onde quero estar, me leva a vencer as barreiras, a rompê-las com a força de quem tem tudo a ganhar.
Conquista vai além da descrença, é muito mais que uma semente, é a palmeira que se retesa, porém não se quebra;
É o sol que brilha alheio às constantes tentativas de sufocá-lo, de apagá-lo;
É o grito que ecoa no silêncio, que rompe as barreiras da escuridão e chega aos céus;
É o sorriso que atenua uma dor, que elimina o caos cotidiano e que se transforma na alegria da vitória, num estímulo de vida.
Pode-se então
Ser;
Renascer;
Vencer;
VIVER.
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Dedicado à minha amiga Mari Ferreira.
Com carinho, gratidão e torcida...