O PORQUÊ DE AGRADECER A TODAS AS COISAS
Tudo neste mundo tem utilidade e tem o seu lado benéfico de ser. Quando visto pelo prisma reflexivo, até o que parece ser abominavelmente um mal, torna-se um princípio do bem. Os olhos da alma vêem o que querem ver, o bem ou o mal. Exemplo disso está nas formas reflexivas dos nossos pensamentos, que são as células fluídicas de todos os corpos abstratos. Vejamos o que aqui se afirma: se não houvesse o cair, não haveria o prazer do levantar; se não houvesse o dormir onde estaria a satisfação do acordar? Se não houvesse o regredir, não haveria a emoção benéfica do progredir; se não houvesse o adoecer, onde estaria a alegria do ato de curar-se? Se não houvesse a prisão, não haveria o regozijo da libertação.
Se não houvesse a tristeza, onde estaria o deleite da alegria? Se não houvesse o desamor, onde estaria o mérito de amar? Se não houvesse a sede, onde estaria o prazer do ato de dessedentar-se? Se não houvesse a fome, onde estaria a satisfação do ato de alimentar-se? Se não houvesse o cansaço, não haveria o conforto do descanso; se não houvesse a dor, não haveria a leniência do alívio; se não houvesse o ódio, não haveria a dignidade do ato de perdoar e de amar; se não houvesse a guerra, onde estaria a grandiosidade da paz? Se não houvesse o NADA, seria inútil a concepção do TODO... Como se vê, tudo neste mundo tem a sua razão de ser. O que se deve é aprender a extrair a parte útil da parte inútil de cada coisa. E, sabiamente, reconciliar-se com todas as coisas do Céu e da Terra.
Vicente Reinaldo
São Paulo, 22/11/08