ELO NA CORRENTE
Dizem que não sou religioso, que não professo Deus, dizem tudo, mas nada dizem sobre o que Deus diria de mim. Acordo de amanhã reverenciando a luz que chega para me alimentar e dizer que a vida continua. Levanto meus pés para caminhar na solidão dos meus medos me segurando nos olhares desconhecidos e nos cantos loucos dos mendigos pedintes, certo que ali estão por obra do acaso ou se por acaso alguém não os ajudou. Alimento-me das carnes mortas daquilo que os antigos diziam ser, obra do criador, e sigo forte e alimentado para mais um labor frenético em busca da sobrevivência econômica. Paro diante de um grupo animado, dançando algo parecido com uma luta indígena, penso na inocência dos homens diante da morte e o medo dos fervorosos diante da vida eterna. Na verdade imagino o dia como sendo o filme inacabado dos profetas, que tudo previram, menos o próprio erro. Sigo pedindo ajuda ao desconhecido, porque nunca vi o vento que me acaricia, nem toquei o amor que me acalanta, mas sei das suas presenças pelos sonhos que nunca sonhei, pelas vidas que nunca vivi, pelas mortes que nunca passei. Não sou escravo do medo, nem amante da coragem, apenas vivo um minuto por vez, e a cada minuto, desconfio que o tempo me engana, onde já fui, acho que jamais estive, e onde irei, nunca ninguém voltou para me ensinar o caminho. Acredito nas flores, pois delas nascem amores que os poetas cantam em versos de paixão, assim como acredito nas noites em que os olhos enxergam, mais a vontade que a razão, e o mundo se multiplica, embora as almas apenas votem de um mal entendido qualquer. Apenas acredito ser um pequeno elo da corrente que nunca se quebra, mesmo que eu desconheça o motivo de tamanha união.
Dizem que não sou religioso, que não professo Deus, dizem tudo, mas nada dizem sobre o que Deus diria de mim. Acordo de amanhã reverenciando a luz que chega para me alimentar e dizer que a vida continua. Levanto meus pés para caminhar na solidão dos meus medos me segurando nos olhares desconhecidos e nos cantos loucos dos mendigos pedintes, certo que ali estão por obra do acaso ou se por acaso alguém não os ajudou. Alimento-me das carnes mortas daquilo que os antigos diziam ser, obra do criador, e sigo forte e alimentado para mais um labor frenético em busca da sobrevivência econômica. Paro diante de um grupo animado, dançando algo parecido com uma luta indígena, penso na inocência dos homens diante da morte e o medo dos fervorosos diante da vida eterna. Na verdade imagino o dia como sendo o filme inacabado dos profetas, que tudo previram, menos o próprio erro. Sigo pedindo ajuda ao desconhecido, porque nunca vi o vento que me acaricia, nem toquei o amor que me acalanta, mas sei das suas presenças pelos sonhos que nunca sonhei, pelas vidas que nunca vivi, pelas mortes que nunca passei. Não sou escravo do medo, nem amante da coragem, apenas vivo um minuto por vez, e a cada minuto, desconfio que o tempo me engana, onde já fui, acho que jamais estive, e onde irei, nunca ninguém voltou para me ensinar o caminho. Acredito nas flores, pois delas nascem amores que os poetas cantam em versos de paixão, assim como acredito nas noites em que os olhos enxergam, mais a vontade que a razão, e o mundo se multiplica, embora as almas apenas votem de um mal entendido qualquer. Apenas acredito ser um pequeno elo da corrente que nunca se quebra, mesmo que eu desconheça o motivo de tamanha união.