Drácula

Por séculos vaguei sem vida,

Morto, pela própria arrogância.

Sacrifiquei tudo em que acreditava,

Profanei teu nome no momento de ódio,

Deixando um legado,

Uma maldição, um fardo,

A ser carregado sem tempo para cumprir.

Nesta jornada eterna,

Saciar minha sede com sangue,

Fez-me dependente da vida alheia.

Vidas que roubei sem hesitar,

Sem dar valor ou se importar,

Com quem merece vivê-la.

Meu amor se foi por amor a mim,

Por mentiras contadas sobre minha morte.

Para ir ao meu encontro,

Ela suicidou-se,

Acabando, por sua vez, ficando só.

De certa forma, compartilhando de minha maldição.

Sem descanso, ela vaga no vazio,

Entre o céu e o inferno.

Sobre a reencarnação...

-Quem pode afirmar que voltamos,

Em formas diferentes ou na mesma forma?

Busco por ela em sua forma reencarnada.

Busco por mim mesmo, já que estou morto.

Busco e nada encontro...

Nada!

Sofrer, como os amantes sofrem,

É uma dádiva divina.

Sofrer como sofro,

É abraçar o inferno.

É cultivar sem querer a dor,

Amar sem poder tocar seu amor.

Eu sou Drácula!

O conde que um dia amou

Àquela que por amor,

Morreu para me encontrar.

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 06/02/2010
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