Drácula
Por séculos vaguei sem vida,
Morto, pela própria arrogância.
Sacrifiquei tudo em que acreditava,
Profanei teu nome no momento de ódio,
Deixando um legado,
Uma maldição, um fardo,
A ser carregado sem tempo para cumprir.
Nesta jornada eterna,
Saciar minha sede com sangue,
Fez-me dependente da vida alheia.
Vidas que roubei sem hesitar,
Sem dar valor ou se importar,
Com quem merece vivê-la.
Meu amor se foi por amor a mim,
Por mentiras contadas sobre minha morte.
Para ir ao meu encontro,
Ela suicidou-se,
Acabando, por sua vez, ficando só.
De certa forma, compartilhando de minha maldição.
Sem descanso, ela vaga no vazio,
Entre o céu e o inferno.
Sobre a reencarnação...
-Quem pode afirmar que voltamos,
Em formas diferentes ou na mesma forma?
Busco por ela em sua forma reencarnada.
Busco por mim mesmo, já que estou morto.
Busco e nada encontro...
Nada!
Sofrer, como os amantes sofrem,
É uma dádiva divina.
Sofrer como sofro,
É abraçar o inferno.
É cultivar sem querer a dor,
Amar sem poder tocar seu amor.
Eu sou Drácula!
O conde que um dia amou
Àquela que por amor,
Morreu para me encontrar.