Senhor do Mar

Singrar os pélagos,

Entorpecer-me ante as tempestades,

Eu, corsário, ladrão das minhas próprias lembranças,

Contemplo a brisa que me envolve,

Por um momento, acho, senti teus beijos,

A doce fragrância do seu perfume,

Eu me perco em direções contrárias,

De um destino, que me acerca.

Escute, é o som das ondas, quebrando-se contra o casco,

Dela posso fazer uma canção, dela posso quebrar-me, e, ser solidão.

Eu sigo esse horizonte, embora ele sempre se afaste,

Na ilusão, de uma realidade deturpada,

Agora posso ver claramente,

O mar é o meu caminho, percorrido ou a percorrer,

Minha “Nau” sem curso pré-definido, são meus passos,

As ondas são meus tropeços,

E, eu, que pensei ter sido ladrão de minhas lembranças,

Vejo-me furtado,

Quando pensei ter enriquecido de pilhagens

fiquei pobre, vazio...

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 06/02/2010
Reeditado em 06/02/2010
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