Jogo mortal
Parece a mais recente nota
Um borrão a mais num diário
Um rosto corroído pelas lamurias
De uma face cortada pela infância
Arrastando suas correntes pela casa de vidro
Queimando a gloria infernal com o pecado divino
Sugando a vida dos imundos mortais que se afloram
No seio do calvário do homem com a coroa de espinhos
Na terra dos perdidos e abandonados alimentasse a carne
Nós tivemos fome e ele nos deu a carne
Tivemos sede e ele nos deu o sangue
Agora reclama orações pela morte
Que te penduram nas paredes
Sentindo a terra em nossas narinas
A face suja arranhada no chão gélido
A mão sobre nossas cabeças ora
Enquanto comemos a sujeira
Dos pés encardidos
Estampado nas paredes úmidas
Construídos a sangue suor e lagrimas
Com ouro te compras terrível missionário
Com sangue lhe paga o preço da verdade
Com riqueza lhe vestes o manto da mentira
Com vidas lhe faz a ponte da fama e da ambição
Os olhos arrancados não podem chorar
Como o pouco das mãos não vai te abraçar
Então grite, grite sem hesitar a todos ouvidos
Grite verdadeira dor que persegue a raiz de tudo
Grite pro mundo todo que você nunca quis existir
E isso tudo é só mais uma estratégia desse jogo mortal