Eu não entendo...
Quando bate uma singela e desconexa onda de nostalgia me atenho a meus pensamentos. Vago por entre escolhas, tolos planos que, notoriamente, jamais realizei; em tudo o que desisti no primeiro momento; no que só pensei em dizer depois de já ter ido embora. Vago sozinha por tudo isso...
Lembro de todos os meus segredos indecifráveis, os que jamais ninguém soube e que eu não ousaria contar.
Sinto um estalar agudo: são todas as vozes cujos donos tenho meus assuntos mal resolvidos. Eu insisto em resolver, mas é apenas mais uma de minhas inconstantes decisões (ou constantes indecisões). Até o ciclo lunar é mais constante que meus projetos.
Recordo todos os amores que tive, todas as sensações que reprimi, todos os falsos gozos, tantas falsas promessas, todo o meu tempo perdido e todo tempo que fiz alguém perder comigo.
Volta a tal desconexa onda e me desperta para o pesadelo de mais um dia.