A paz...
Agora posso sentir o murmurar do vento que sopra, o balanço das novas folhas e até as secas que caem ao chão.
Chega até mim o doce aroma inexistente das flores cor-de-rosa do meu jardim. Ouço tantos sons: canto de pássaro, bater de asas, sorriso de gente sentada ao pé da árvore mais próxima à minha janela lateral. Ouço o som do mundo! Das nuvens mudando de lugar, da lua se posicionando para eu olhar, de cada estrela se encontrando numa imensidão de céu.
Posso sentir que o vento está mais fresco e tem cheiro de brisa, nada comparado a um fim de tarde em uma praia qualquer, mas o tipo exato que me envolveria agora.
Respirei fundo, o mais intenso que pude e tentei me concentrar não em tudo que não queria, mas no mais importante: em tudo o que eu queria demais.
Olhei todos os rabiscos que o anoitecer trouxe ao teto acima de minha cabeça. Avaliei todos os rabiscos, todos os trechos luminosos do fim dos raios de sol. Observei cada partícula, cada vestígio de alguma coisa que o vento carregava para um não-sei-onde ou para o chão mesmo - só afastando de mim.
Era tudo tão simples, tão fácil, tão bom! Eu só queria mesmo sentir paz, me envolvi...