Em teu seio, Liberdade

Nunca neste país falou-se tão mal de pessoas, de instituições e de políticos. Fala-se mal de quase tudo. Fala-se mal dos lucros gigantescos dos bancos e do valor vil do salário mínimo e máximo no mesmo tempo. Fala-se mal das ONGs, dos pavões sociais, dos vales, da "Vale". Do desleixo com as rodovias que se transformaram em corredores da morte. Fala-se mal da feiúra dos pobres e do botox dos abastados...

Um apenado é solto por engano, a culpa recai sobre o juiz. A criança não aprende, sobrou para o professor. O lixão fede, a culpa é da prefeitura! Esquecemos, por vezes, da nossa responsabilidade. Somos porção deste folhetim. Nunca neste país se obteve tantas informações sobre tantas sátiras e calamidades. O "pão e circo" esparrama máscaras adoidado.

A liberdade não vigiada , pode pecar por sua retórica exacerbada. Nem sempre o sujeito livre se posiciona. Se posicionado pode não ser, ou não estar livre. A liberdade que excede, também compromete. A liberdade que desobriga pode virar sentença letal. A liberdade nem sempre é livre!

Menos mal , que a conjuntura atual acena com algumas mentes menos robotizadas e que a manipulação cerebral metódica não alcançou seu alvo. O abatimento das escolas e de santuários universitários virou contra o feiticeiro. Os profetas agourentos de plantão andam desempregados. Urubus migraram. A notícia on-line delira! .Notabilizam-se jornais e revistas inchados com infindáveis escândalos e a santa fartura das informações.

Na cara e falha liberdade há o tempo de agir diante dos fatos. A oportunidade se avizinha. Outras sucederão nessa terra pátria imperfeita, repleta de assombrações. Substituir peças antiquadas e remetê-las ao museu com a tarja “Impróprio para uso” e desautorizar espantalhos e mercenários, parece ser a uma solução pragmática. Além da providencial jogada capaz de driblar o pessimismo e na ocasião de uma nova liberdade de escolha, oxigenar os raros sinais vitais que, ciclicamente, insistem em nos provocar...