Espera

Eu vivo desejando que o tempo passe

que as horas corram

que a noite se alastre

e que a madrugada vire dia.

Esperando ligações, palavras e situações

que são mais sensatas

quando projetadas para o futuro.

Mas eu queria agora.

Outros lugares, outros sorrisos, outros mistérios

e um outro tipo desconhecido de amor perdido.

Amor não vivido, amor reprimido.

Amor abundante e dilacerado.

Um amor gigante que às vezes sinto,

que não é capaz de se deixar sentir.

Um amor de posse me toma agora,

uma inseguraça enorme que parece estar se alastrando por duzentos anos.

Acompanhada da sentença fatal de perder e de encontrar.

De não saber o que dizer,

de desejar o abstrato

e inventar pensamentos mascarados.

No meio disso tudo, eu te adivinho.

E adivinho que eu que vivo te esperando,

espero apenas por mim mesma.

Papandrea
Enviado por Papandrea em 23/01/2010
Reeditado em 23/01/2010
Código do texto: T2045902