Espera
Eu vivo desejando que o tempo passe
que as horas corram
que a noite se alastre
e que a madrugada vire dia.
Esperando ligações, palavras e situações
que são mais sensatas
quando projetadas para o futuro.
Mas eu queria agora.
Outros lugares, outros sorrisos, outros mistérios
e um outro tipo desconhecido de amor perdido.
Amor não vivido, amor reprimido.
Amor abundante e dilacerado.
Um amor gigante que às vezes sinto,
que não é capaz de se deixar sentir.
Um amor de posse me toma agora,
uma inseguraça enorme que parece estar se alastrando por duzentos anos.
Acompanhada da sentença fatal de perder e de encontrar.
De não saber o que dizer,
de desejar o abstrato
e inventar pensamentos mascarados.
No meio disso tudo, eu te adivinho.
E adivinho que eu que vivo te esperando,
espero apenas por mim mesma.