Haiti, aqui e alí: um chamado à humanização!
Vidas que já beiram o abismo existencial da extrema desumanidade, são impiedosamente "mortificadas" pela regência das forças telúricas. E muitos se perguntam: Onde está o “Pai-Mãe” que permite essas atrocidades contra seus filhos?
A tristeza e a dor são dilacerantes e desqualificam quaisquer tentativas de elucidar, racionalizar, elocubrar sobre as intenções divinas neste cenário de terror movimentado pelo caos. Penso, sinto que não há o que perguntar, nem o que responder quanto aos aspectos de natureza escatológica, ou seja, "redenção/punição" dos céus.
Há o que aprender! Aprender a ser, a expectar, a compadecer, a solidarizar, a gratificar, a ressignificar, a auxiliar, a doar, a aconchegar, a desapegar, a serenizar, a acolher com dignidade, a respeitar, a amar...
E nesse movimento “aprendente-da-vida”, existe um caminho consciencial, que há de nos levar à humanização cosmoética das nossas relações com a Mãe Terra: sua pele, seus fluidos, sua respiração e com todas as criaturas que habitam o seu corpo, sobretudo os ditos seres, "pensantes"...
Nós, chamados de humanos!
Seilla Carvalho
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"(...) Há uma via-sacra de sofrimento com estações que nunca acabam no pequeno e pobre pais do Haiti. Sofrimento no corpo, na alma, no coração, na mente assaltada por fantasmas de pânico e de morte. Há também muito sofrimento em todos os humanos que não perderam o senso mínimo de humanidade e de solidariedade(...)"
(...) Acima da razão que quer explicações, há o mistério que pede silêncio e reverência. Ele esconde o sentido secreto de todos os eventos também daqueles trágicos.
Lamento Junto a Deus pelo Haiti - Leonardo Boff