O dia da Anistia

O tempo passou

Fiz uma escolha infeliz

Propaganda enganosa

Não existia Procon

Sem apoio jurídico e teimosa

Cheia de preconceitos e determinada

Fiquei.

Meu lar com uma tenda construí,

E todos os dias protagonizei as cenas

Espetáculos, da vida de aparências

Comodidade, receio de discriminação

Não pedi nada, meu sapo

Não transformou-se no príncipe.

Era o cavalo do Príncipe

Presunçoso e alienado

Nem ousou ser o cabeça do casal

Perante a Receita Federal

Trabalhei arduamente

Para criar os filhos,

Cai mil vezes e mil e uma levantei

As festividades, as fotos

Tudo transcorreu

Conforme o espetáculo

Não tive coragem de desatar a fita

Que não fez laços só nós

Paralelas na vida,

Não recebi a chave da casa,

Nem comprei uma por teimosia ,

Tudo era efêmero

Fulgaz, ele ia para onde queria

Felizmente, não me prendia

Mas,não desocupava o lugar

Eu tinha o trabalho e nele depositei

Todo o amor que tinha

Me dediquei, me realizei ...

Eu sabia que um dia acabaria, como tudo

Mas fiz o melhor

A tenda mil vezes se rompeu

Alugava outras e seguia

Hoje sem tenda, sem lar

Sobrou a vida , a esperança os filhos

Amigos, família, e muito amor

Que Universalizei

Se atirei pedras na cruz

De Jesus Cristo, o Redentor

Paguei com juros e correção

Por muitos e muitos anos

Meu Pai celestial

Me concedeu anistia

E quero vida

Um amor verdadeiro

Que saiba a música da minha alma

Aquela esquecida na correria

E me ensine, todas as notas..

E me enlace, me abrace

E me infle de coragem para desmontar a tenda

E construir enfim um lar

Um endereço fixo, como um ser nomal

Com flores em todos os comodos

Um lugar bem claro, perfumado

Para viver em paz com meus amores

Estudar, ouvir músicas, sonhar

Receber amigos

E ser feliz, enfim !

Flor do Córrego
Enviado por Flor do Córrego em 19/01/2010
Reeditado em 19/01/2010
Código do texto: T2038461
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