Desabafo do dia que podia não ter acontecido

Quando gostamos de alguém, não sei para mim parece que é como uma lição daquelas que nossos pais passam para mostrar trabalho, nem é para os outros, mas para eles mesmos.

Digo, não devemos confiar no começo, é como um jogo... E isso me incomoda, sabe? Mostrar que se importa, mas nem tanto, eu acho que deveria ser mais simples, acho que isso é como a fuga para o tédio. Mas ai vai ficando mais antigo e vem o respeito como aquele que devemos aos mais velhos, mas isso não torna as coisas menos estúpidas... Não penso assim com os adultos e também não acho que seja assim com relacionamentos, acho que o que vale mesmo é se no fim das contas houve empenho ou não, e não só empurrar com a barriga negando alimentar essa estrutura, mas também com receio de acabar, acho que a simplicidade cabe à tudo nessa vida.

Talvez não faça sentido o que escrevo nesse texto, na verdade ele serve mais para organizar meus pensamentos, é só que parece estupidez: se você olha de longe, sabe? O quanto você tem se empenhado, e como ridiculamente tudo vai dando errado, e não sai como você planeja... Talvez eu tenha me enganado... O sentimento de gostar de alguém é como própria vida, complicamos, complicam, não sai como o planejado, e às vezes há certo ócio em vivê-la, e você decide que não precisa se envolver, mas daí acorda um dia com aquela vontade de correr, de sei lá, sair para ver como é a vida fora da rotina, e conhece alguém que mostra que você tem onde melhorar...

Mas de repente por egoísmo a pessoa acha que é por ela, e não por que você queira mudar, falando assim até parece meio pesado, mas não é. Aprendi nos últimos dias que muitas das vezes a maioria das porcarias que caem na nossa cabeça não foi por culpa nossa... Porque quando é sabemos! Ninguém é burro, acho que se trata de egoísmo e vaidade, mais uma vez essa dupla dinâmica.

Mas voltando a pessoa especial, você a conhece, mas ai dá tudo errado... E de que adianta sua mudança? Talvez sirva para um conselho que ninguém vai escutar, porque nesse ponto todo mundo é burro, por justamente ser vaidoso e se achar bom o suficiente para não precisar de conselhos de quem já passou por ali e se achava bom para precisar de conselhos, é como se não acabasse nunca então de que serve?

Já disse algo sobre meu ódio pelo desnecessário? Acho que é por ele se opor ao simples e por complicar as coisas, minha raiva no fim é daquilo que não usaremos e daquilo que não vai ser usado, sejam os conselhos que você recebeu os que você deu e as mudanças inúteis pelas quais você sofreu! Perde o sentido das coisas se nada significam para quem você mudou, e se não mudarmos por ninguém não seria pior? Quer dizer para que existe a convivência se devemos ser imutáveis, isso está errado se nascemos com o objetivo de não mudar e nos aperfeiçoar porque sofremos se o recusamos ?

Deadeye Poem
Enviado por Deadeye Poem em 19/01/2010
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T2038018
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