CHÃO
A deprimêcia do cotidiano se estende numa caminho cuja tortuasidade camufla uma simples verdade: é tudo muito simples e, tal qual aprendemos nos primeiros dias de colégio; nascemos, crescemos, reproduzimos (não todos) e morremos. O florido ou a escuridão dos dias mascaram o caminho único, a via principal na qual vamos inevitavelmente desembocar, o fim. Bebamos um pouco mais, compremos alguma coisa que nos satisfaça... Porque não mais viagens? Pintemos o rosto, passemos o tempo... No final das contas, é disso que se trata. Passatempo. Abestalhar-se enquanto o mundo dá voltas e o tempo se arrasta e voa. Passatempo. Passatempo. É importante a criatividade e o estômago forte nessa longa e - é verdade, eu devo admitir - (às vezes) excitante viagem. Uma pena não podermos sair do avião que nos transporta, nem sabermos do piloto que brinca no céu estrelado. Aroma: ar-condicionado. Imagens: minha televisão. Vestimentas: meu jeans fardado. Destino: chão.