Monstro

Estive caminhando

Sentindo o vento sobre meu corpo

Sentindo que desejava não sentir nada

Por que todos conseguem fingir que sentem algo por alguém

E quantas vezes podem se orgulhar do que não são ou simplesmente

Acreditar ser aquilo que não pode fingir a todo o momento.

Então como estava vazio

E o frio congelava meus dedos

Abri caminho sobre a floresta da loucura

Minha mente não suportaria o colapso de viver fingindo que gostava de viver.

E assim foram todas aquelas que cruzaram o meu caminho, pois achei que seriam iguais a mim

Nas sombras que me cercavam

Me via como um garotinho ansioso por brincar

Não se esconda do que não pode ver ou eles poderão te pegar

É assim nas noites escuras, as pessoas mudam e o medo não lhes escapa a face

É algo surpreendente que devora a coragem dos homens os tornando frágeis presas da escuridão

Percebi por um momento

Que não havia sentimento que se apodera de mim

Que estava oco feito uma arvore velha e ainda assim conseguia te assustar

Por que você nunca me olhou nos olhos e nunca me deu um sorriso amarelo

Só por que não brotam flores no inverno não deixa de ser uma bela estação

Enquanto você sorria

E sua beleza irradiava as criaturas da estação

Eu moía meus sentimento e desejos impossíveis

Com o ódio e a tristeza que me envolvia eu arranquei meu coração

E essa dor não é comparada a nenhuma outra estigma sofrida por paixão

Eu corri pros braços da névoa

E minha lamina foi cortando tudo que vibrava

Quando ouvi seus gritos não pude fingir que sentia

Minhas mãos ensangüentadas agarraram seu rosto sutil

Meus temores me abraçavam e o medo se apoderou de mim

Senti que já não sentia mais nada e meu intimo tornou-se um monstro

Eduardo Melin
Enviado por Eduardo Melin em 13/01/2010
Código do texto: T2026552
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