Monstro
Estive caminhando
Sentindo o vento sobre meu corpo
Sentindo que desejava não sentir nada
Por que todos conseguem fingir que sentem algo por alguém
E quantas vezes podem se orgulhar do que não são ou simplesmente
Acreditar ser aquilo que não pode fingir a todo o momento.
Então como estava vazio
E o frio congelava meus dedos
Abri caminho sobre a floresta da loucura
Minha mente não suportaria o colapso de viver fingindo que gostava de viver.
E assim foram todas aquelas que cruzaram o meu caminho, pois achei que seriam iguais a mim
Nas sombras que me cercavam
Me via como um garotinho ansioso por brincar
Não se esconda do que não pode ver ou eles poderão te pegar
É assim nas noites escuras, as pessoas mudam e o medo não lhes escapa a face
É algo surpreendente que devora a coragem dos homens os tornando frágeis presas da escuridão
Percebi por um momento
Que não havia sentimento que se apodera de mim
Que estava oco feito uma arvore velha e ainda assim conseguia te assustar
Por que você nunca me olhou nos olhos e nunca me deu um sorriso amarelo
Só por que não brotam flores no inverno não deixa de ser uma bela estação
Enquanto você sorria
E sua beleza irradiava as criaturas da estação
Eu moía meus sentimento e desejos impossíveis
Com o ódio e a tristeza que me envolvia eu arranquei meu coração
E essa dor não é comparada a nenhuma outra estigma sofrida por paixão
Eu corri pros braços da névoa
E minha lamina foi cortando tudo que vibrava
Quando ouvi seus gritos não pude fingir que sentia
Minhas mãos ensangüentadas agarraram seu rosto sutil
Meus temores me abraçavam e o medo se apoderou de mim
Senti que já não sentia mais nada e meu intimo tornou-se um monstro