Mãe, vou partir.

Hoje dedico minhas palavras a um jovem adolescente, que vinha nos dando o ar de sua graça com sua força e vontade de viver.

Alex, o único menino de cabelos pretos e uma pequena mecha loira no canto da cabeça que ja conheci.

O menino gordinho que passava em frente da minha casa com um saquinho de pão das mãos junto a sua prima.

Mais uma vida que Deus levou... uma vida de quinze anos apenas.

A dois dias atrás, eu estava num barzinho conversando com uns amigos, e surgiu o assunto de afogamento, de fogo. Qual era a morta mais complicada? E eu disse:

- Pra quem tem medo de fogo, é a queimada, pra quem tem medo de água, o afogamento.

Mas acho que na verdade, a MORTE, é a morte...

Mas a morte dolorosa é aquela que vem corroendo aos poucos.

Quantos jovens eu sei que estão nesse momento passando pelo que ele passou, numa cama de hospital, sofrendo paradas cardiorespiratórias e vivendo ao lado de aparelhos segurando a mão e suas mães.

Leucemia... juventude... faculdade... sonhos... dor... leucemia.

A dor de uma mãe ao ver seu filho, tão jovem, sentir sua ultima brisa. A dor de o "não tenho mais motivos para trabalhar, era tudo por ele".

Toda força a essas famílias.

E todo meu sentimento.

Vá com Deus garoto.

E cuide de quem fica.

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Daiane Lopes
Enviado por Daiane Lopes em 10/01/2010
Código do texto: T2021396