Mãe, vou partir.
Hoje dedico minhas palavras a um jovem adolescente, que vinha nos dando o ar de sua graça com sua força e vontade de viver.
Alex, o único menino de cabelos pretos e uma pequena mecha loira no canto da cabeça que ja conheci.
O menino gordinho que passava em frente da minha casa com um saquinho de pão das mãos junto a sua prima.
Mais uma vida que Deus levou... uma vida de quinze anos apenas.
A dois dias atrás, eu estava num barzinho conversando com uns amigos, e surgiu o assunto de afogamento, de fogo. Qual era a morta mais complicada? E eu disse:
- Pra quem tem medo de fogo, é a queimada, pra quem tem medo de água, o afogamento.
Mas acho que na verdade, a MORTE, é a morte...
Mas a morte dolorosa é aquela que vem corroendo aos poucos.
Quantos jovens eu sei que estão nesse momento passando pelo que ele passou, numa cama de hospital, sofrendo paradas cardiorespiratórias e vivendo ao lado de aparelhos segurando a mão e suas mães.
Leucemia... juventude... faculdade... sonhos... dor... leucemia.
A dor de uma mãe ao ver seu filho, tão jovem, sentir sua ultima brisa. A dor de o "não tenho mais motivos para trabalhar, era tudo por ele".
Toda força a essas famílias.
E todo meu sentimento.
Vá com Deus garoto.
E cuide de quem fica.
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