Despeço-me

Despeço-me

Despeço-me de pessoas que se relacionam por interesse

Da morbidez de um corpo preguiçoso

De qualquer sentimento raivoso

Do trabalho escravo

Do sorriso forçado

Do carinho comprado

De coisas provisórias que permanecem para sempre

Da mente cauterizada de pessoas descontentes

De acusações de pessoas que fazem caso de um mosquito, mas que engolem um camelo

De pessoas que nunca decidem nada sempre encima do muro

De reuniões que são conspirações para atingir pessoas ( ainda que mereçam )

De qualquer tipo de cartel ou monopólio

Ainda que eu seja um pingo de água em um latão de óleo

De olhos que só vê defeitos

De defeitos não reparados

De reparos mal feitos

De feitos que só trazem destruição

Despeço-me então na pretensão de não prejudicar

E não ser prejudicado na medida do possível é claro.

Simba
Enviado por Simba em 05/01/2010
Reeditado em 02/08/2012
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