Despeço-me
Despeço-me
Despeço-me de pessoas que se relacionam por interesse
Da morbidez de um corpo preguiçoso
De qualquer sentimento raivoso
Do trabalho escravo
Do sorriso forçado
Do carinho comprado
De coisas provisórias que permanecem para sempre
Da mente cauterizada de pessoas descontentes
De acusações de pessoas que fazem caso de um mosquito, mas que engolem um camelo
De pessoas que nunca decidem nada sempre encima do muro
De reuniões que são conspirações para atingir pessoas ( ainda que mereçam )
De qualquer tipo de cartel ou monopólio
Ainda que eu seja um pingo de água em um latão de óleo
De olhos que só vê defeitos
De defeitos não reparados
De reparos mal feitos
De feitos que só trazem destruição
Despeço-me então na pretensão de não prejudicar
E não ser prejudicado na medida do possível é claro.