Ladrilhos da gente
Ladrilhos da gente
De uma segunda-feira
a uma sexta, o que há é uma
secura extensa
de sóis,
que vão e tornam
sempre no mesmo ritmo
mas nunca na mesma cor
e eu que finjo pensar
profundamente
sou a mais simples
de toda a gente
que pisa na terra dos sóis
Passam pernas em passos rápidos
para poder batucar no chão
com a sola dos pés
com as palmas das mãos
- porque segurar a cabeça
dói como crescer sem dormir -
e mesmo que a gente esqueça
o piso firme é pelante
e é necessário pular
pois nem a flor que nasce adiante
aguenta e morre logo, assim...
mas a gente boa daqui
supera e persiste
porque quando teima
vai até o fim
e se o fim da vida é a morte
a gente tenta e pode
viver, enfim
mas não conformado
porque isso é pecado
sem discussão !
Laís Mussarra