Algoz sonho

Tenho em mim a total desprovidão do que para os outros representa o “sonho”, não de uma forma austensora da realidade que é apresentada na sociedade, e na qual participo e sim movido por uma incompatibilidade talvez de idéias ou ideais que não condizem com o real sentindo de valor de uma incessante busca sem sentido. O “sonho” em sua acepção deveria representar uma aspiração na qual o esperado fosse a melhora do apresentado, que se distanciasse da superficialidade e do materialismo, de um modo em que o bem estar psíquico fosse o ideal aspirado.

Desta linha de pensamento provém minha incapacidade de perceber aquilo que é o “sonho” e a este delegar toda uma intenção de vida, penso que os “sonhos” ultrapassam a barreira da consciência, e nossa pequenez para determinados assuntos ainda é demasiada para alcançarmos além do impalpável.

Os “sonhos” são belos, são instigantes, são rebeldes, e até inspiradores, mas no final não passam de pequenas ilusões que somente são úteis para comprazer o individuo a uma busca que nunca cessa pelo indefinido, pelo passageiro, o momentâneo é a realidade e o resultado é um vazio sem motivo lógico que apenas servirá para fomentar um novo “sonho”, acabando por torna-se um ciclo de angústia, caro prazer, dura esperança e incondicional insatisfação.