LINGUINHA DIFICIL...
É alta madrugada...
O Deus do sono hoje não se achegou...
Eu cá insone...
Procurando rimas e palavras até requintadas...
Com meus loucos pensamentos, desordenados
Meio que alucinados
Noto que este não sou eu...
Olho a taça de vinho vazia...
O cinzeiro cheio de baganas...
O texto que não surge...
Ah! Que se dane a métrica...
A lingüística, até mesmo o português...
Eita! lingüinha difícil...
Quer ser tanto rebuscada, requintada,
Que para se falar uma única palavra...
Tem várias maneiras e interpretações...
Porque precisamos seguir tão a risca a simetria...
Pois são as curvas, que dão a beleza da natureza...
O poeta não tem de ser acadêmico...
Nem entender perfeitamente o português...
Ele deve usar principalmente o linguajar...
Do povão...
Este para quem ele escreve...
Que sonha os seus sonhos...
Devaneiam os seus devaneios...
Viajam em suas loucas palavras...
Muitas usadas por eles no seu dia a dia...
Pois somos um povo de diversas etnias...
Loucas misturas...
Somos pretos, brancos, amarelos, vermelhos e etc...
Somos mineiros, uai, paulistas onde ta tu, cariocas e ai valeu...
Nordestinos obichin como vai, gaúchos oi tche...
Brasileiros, portugueses, italianos, indianos, americanos, alemães...
Japoneses, chineses, chiiiiiii, é melhor parar aqui,
Pois senão terei de escrever todas as nacionalidades...
Eita! País de enorme coração...
Onde nós brasileiros, povo de raça e graça
Fazemos piadas até mesmo com nosso sofrimento...
Por que então?... Às vezes recriminarmos um poeta, por ser ele mesmo...
Ou sentirmos inveja de algo escrito ou dito...
Que gostaríamos de ter falado ou escrito...
Olha bem, somos um povo capaz...
E de paz...
Convenhamos temos de sair do casulo, que a falsa cultura e moralismo...
Incutiu-nos...
Abram seus corações...
Deixe a poesia com métrica, requintada num belo livro...
Ou uma poesia sem métrica, simplesmente rascunhada num papel de pão...
Penetrar em tua alma...
Afastando a desilusão, enchendo seu ser de alegria e compaixão...
Vamos lá, tente ou invente...
Não tenham medo...
Rascunhe, ouse, seja você mesmo...
Espante este mal que te atormenta...
Prove que você é capaz...
De ser você mesmo...
E desta forma...
Encontrar a alegria, a felicidade, o amor e finalmente a paz...
Que tanto persegue e anseia...
Vamos lá, um novo ano se inicia...
Comece com o pé direito...
Ou como se diz no teatro quebre a pena...
Mas ouse e veja o mundo diferente...
Ocram 29/12/09