Talvez por defeito de minha profissão, fecho os dedos para que eu possa segurar o tempo ao máximo, e assim, apreender tudo que ele pode me oferecer. Contudo, somente parcas lembranças da minha infância, que não foi lá muito feliz e histórias, conto todos os dias. Leio e escrevo nos livros didáticos e ano após ano participo da adolescência eterna dos meus alunos. Mas o tempo é sempre recente, porém, sempre na frente, jamais tive a ousadia de alcança-lo. Hoje vou vivendo cada palavra dita e com a calma que fui adquirindo, posso perceber minha palavra esvair-se no silêncio em que é depositada. A vida é que espicha a ilusão...