Ela ainda assola este rincão!

És rico, imensamente abastado,

Brasil, Quantas riquezas!

Teus rios correm incólumes

desbravando caminhos, possibilitando vidas,

as florestas, majestosas de belezas intensas,

nelas tuas riquezas aflora, de variedades imensas,

vidas podem ser refeitas com seus vegetais miraculosos,

onde comprovadamente neles existem cura de doenças,

vegetais que podem conseguir fazer alimentação farta,

Brasil e tuas cidades belíssimas, que encantam,

variedades de regiões, grandiosas populações,

mescladas de diferentes raças, diferentes religiões,

teu povo bondoso, belo, alegre e altaneiro,

que poderia estar eternamente em festa,

neste Natal, tempo de alegria e também festa,

ceias suculentas, presentes de muitas cestas,

presentes, pais contentes na satisfação dos filhos,

mas, meu Brasil! Este contentamento só em alguns lugares,

pra muitos o Feliz Natal é ledo engano, quantos infelizes!

No teu seio neste dia feliz, tem gente muito infeliz,

caminhemos lá no teu sertão, terras ressecadas,

onde talvez as águas do São Francisco não chegarão,

num casebre muito pobre, uma família em desalento,

pois o dia a dia é só de privações, até dos alimentos,

uma das crianças pergunta á mãe:

--- mãe, porque não ganhamos presentes neste Natal?

E a mãe, porque quase sempre é ela que sente a dor, responde:

--- ainda não, neste belo dia de Natal não ganharemos nada,

porque neste nosso pedaço de chão não temos água nem pão!

martírio da fome! E ela ainda assola este rincão!...