COMO EU QUERO

Não sei o porquê, mas o odeio.

Melhor, sei sim o porquê, mas não convém dizer agora. Agora apenas quero destilar e colocar para fora o meu ódio.

Por enquanto posso apenas fazer isso. Rechear a tela do meu Microsoft Word com minhas letras odiosas.

Contudo ser ódio, trata-se de refinado sentimento. Ele não queima o tempo todo. Às vezes realmente a coisa é ardente, entretanto na maior parte do tempo é um ódio tranqüilo, sem grande eloqüência.

Fico pensando por muito tempo em alguma forma de prejudicá-lo, de fazer com que ele sinta alguma dor, alguma pressão psicológica insuportável, um mal qualquer.

Preciso desesperadamente fazer algum mal para ele.

Esse mal que está em mim precisa sair de algum jeito. O que mais quero fazer neste dia é uma atitude violenta contra ele, e tem que ser hoje, preciso aniquilá-lo ainda hoje.

Fico analisando os trejeitos dele e tudo me desagrada. Seu semblante, seu jeito de falar, de gesticular, sua voz, seu andar...

Talvez as fornalhas mais quentes do inferno não seriam suficientes para castigá-lo da maneira como eu quero e como ele merece.

O diabo é o pai da mentira e o negador por excelência. Convoco-o agora para ajudar-me nessa empreitada.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 16/12/2009
Código do texto: T1981490
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