Incompatibilidade de gênios
Incompatibilidade de gênios
Há alguns anos li um texto do prof. José Hermógenes versando sobre a diferença entre o humildar-se e o humilhar-se. O mestre yogue relata uma experiência em que, estando em uma sacada que dava para um jardim, visualizou uma cadela na grama, passeando tranqüila. Entrou em estado de meditação e procurou se unificar com a cadela; conseguiu sua intenção A relativa facilidade. Em seguida fez o mesmo tornando-se um com a grama: fácil, fácil. Mas, quando a cadela defecou na grama, o mestre teve imensa dificuldade em se tornar um também com as fezes deixadas pela cadela no local, levando bem mais tempo para concluir com êxito o que pretendia.
Guardo até hoje esta grande lição de humildade e superação dos próprios limites, e quando percebo que alguns sacripantas venham tentar nos colocar o capuz da humilhação, engalanado com os penachos da humildade, sem atentar para o fato de que existe enorme diferença entre o ato de humildar-se e o de humilhar-se, (tanta diferença quanto a existente entre o dia e a noite) faço a famosa cara de paisagem.
Com as várias experiências adquiridas ao longo de minha vida, aprendi a separar uma coisa da outra, e também a não passar recibo e nem me sentir ofendido por algo que, às vezes, seres assim tentam me imputar e que, em realidade, por não me pertencer, me diz muito pouco ou não me diz nada.
Então, quando me deparo com uma flagrante sandice, tenho enorme certeza de que a melhor saída ainda será a tangente.
(P. S. Dos desenhos animados me ficou a célebre frase do Leão da Montanha: “saída pela direita...")
Vale do Paraíba, Dezembro de 2009.
João Bosco