TRISTEZA SEM MOTIVO APARENTE
Algumas vezes me vem uma tristeza que eu não sei de onde.
Uma tristeza de fim de festa, de fim de milênio, de fim de vida.
É como se eu tivesse perdido algo, como se fosse culpado pelas maldades do mundo. Um desconforto comigo mesmo que faço força para esconder dos outros. O peito parece comprimir-se para dentro. O inconsciente diz inconscientemente: culpado, culpado.
O coração bate, mas sinto como se ele estivesse parado, murcho.
Se acontece algo de errado ao meu redor é como se o causador do erro fosse eu. Se alguém está chateado é como se fosse eu quem o chateei.
Aborrecido sigo meus dias.
Cada vez mais perto do fim, inevitavelmente, a eterna posição horizontal aguarda-me.
Será uma tristeza de se saber mortal? De saber que o meu tempo se esgota a cada minuto e segundo que passa?
Não sei de onde vem.