O velho
Hoje sou velho não tem outro jeito, as marcas malvadas e impiedosas sugiram no meu rosto, no meu corpo e nos meus cabelos, o espelho não oculta as marcas herdadas pelos fartos dias de vida a mim concebidos.
Os meus olhos verdes claros não enxergam direito, minhas mãos já não tem mais firmeza, meus dentes já não têm a mesma força, meus músculos estão flácidos e, minhas lembranças já começam a se perder no vazio.
No silencio do quartto escuro me refugio em busca de respostas para as lembranças de quando os meninos eram pequenos e iam correndo ao meu encontro na rua, o beijo na minha amada ao chegar a casa, o velho, assim sou lembrado por meus netos e pessoas que dizem que sou sereno de olhar meigo, passos lentos, voz branda, aspcto passivo, ingenuos jovens! não sabem que eu já corri de mais, falei de mais, vivi momentos loucos, sonhei, amei, sofri, chorei e, sorri pra caramba.
Hoje só quero o silencio do meu quarto, na espera daquela que tantos temem, mas acreditem, há coisas que podemos evitar e coisas que não podemos, a morte e a velhice! É meus jovens, sou velho não eterno.