Devaneios

Vago no espaço

Procuro encontrar minha face

Condeno-me a viver de momentos

Como um pássaro

Que encontra no pouso

Um minuto de descanso

Aterrisso o meu pensamento

Numa planilha desprovida de sentidos

E a vida permanece entorpecida

Não vejo e não sinto

O que está em minha volta:

Uma multidão de encarcerados

Que como eu, fogem da prisão.

Despercebida de meus atos

Tento proteger-me em seus braços

Mas eles me apertam

Sufocam-me por um momento

De repente já está tudo mudado

A paisagem foge à realidade

E passa a ser fogo queimando em brasa

Há momento em que e o corpo arde em febre

E eu querendo amar muito além de desejos

Ouço canções

Percebo cheiro de um perfume

Nunca antes presente ao olfato

Desfaleço meus sentidos e esqueço tudo

Agora o dia já está de volta

Só então sinto e entendo o peso

Das minhas loucuras enquanto vivo sem você.

Carla Veloso
Enviado por Carla Veloso em 08/12/2009
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