Devaneios
Vago no espaço
Procuro encontrar minha face
Condeno-me a viver de momentos
Como um pássaro
Que encontra no pouso
Um minuto de descanso
Aterrisso o meu pensamento
Numa planilha desprovida de sentidos
E a vida permanece entorpecida
Não vejo e não sinto
O que está em minha volta:
Uma multidão de encarcerados
Que como eu, fogem da prisão.
Despercebida de meus atos
Tento proteger-me em seus braços
Mas eles me apertam
Sufocam-me por um momento
De repente já está tudo mudado
A paisagem foge à realidade
E passa a ser fogo queimando em brasa
Há momento em que e o corpo arde em febre
E eu querendo amar muito além de desejos
Ouço canções
Percebo cheiro de um perfume
Nunca antes presente ao olfato
Desfaleço meus sentidos e esqueço tudo
Agora o dia já está de volta
Só então sinto e entendo o peso
Das minhas loucuras enquanto vivo sem você.