Romance, sangue e melodia.
Lendo um livro e ouvindo músicas aleatórias de sua lista. Todas se encaixam muito bem com tudo. Começa uma batida conhecida. Ai não, essa música, ela pensa sozinha.
[Larga o Livro. Arruma-se na cadeira. Aumenta o som. Fecha os olhos. Apoia o rosto nas mãos. ]
Seu inglês ruim é ouvido pela casa, que está quieta e adormecida. Antes que se de conta, o pé começa a marcar o rítimo da bateria envolvente. A cabeça vai lá longe buscar aquela lembrança; não foi fundo o suficiente pra chamar de recordação.
[Abre os olhos. Fixa-os no nada. Rói uma unha. Bate o pé mais forte. Entra nun transe.]
Derrepende os músculos tensos do rosto relaxam e começam a se recontrair, mas agora em um leve sorriso de canto de boca, que é quase imperceptivel.
[Sorri por completo. Retoma o livro. Canta o resto da música. Abaixa o som.]
Sacode a cabeça, mas não consegui distinguir se foi pra espantar os pensamentos, ou se foi para não concordar com algum pensamento seu.
[Longo suspiro. Joga a cabeça pra trás. Fecha os olhos.]
Conforme a batida vai terminando, cresce mais ainda a lembrança, até ficar maior que ela. Maior que eu, ela diz baixinho, igual como se deve falar ao pé do ouvido de alguém.
[Pega o celular. Vê que está tarde.]
A música acaba e começa um rock com guitarras a mil. Ela sacode a cabeça e dessa vez é para dançar ao rítimo da batida. É assim que se limpa os pensamentos, ela chega a conclusão.
[Fecha o livro. Levanta da cadeira. Joga os braços pro ar. Espera que a música não acabe nunca]