A liberdade me assusta
Se eu soubesse o que fazer com isso que estou sentindo, eu faria o mais rápido que eu pudesse. Mas não, eu não sei o que fazer.
Sinto-me livre... Quando aceito meus desejos
Quero correr na chuva, me estender na terra e ser coberta pelo o sol, rasgar estrada sentindo o cheiro da selva molhada, espiando o verde das matas e rios, quero espiar estrelas, viajar no futuro juntando sonhos, desfrutar o sabor de viver os mistérios da vida.
Mesmo depois de saber tudo que quero, eu não sei o que fazer com o que sobra, é um desejo continuo, uma ansiedade que grita em silencio, um querer sem fim, um aperto no peito, uma luta comigo mesma.
Quero envelhecer descobrindo quem sou, compreender o poder do sentir, estou começando entender que se vivermos o presente intensamente, o futuro chega mais profícuo, percebo que ter alguém na mente, ou seja, me permitir amar com tanta força é eficaz.
Todos os dias, penso na liberdade, essa palavra que mexe com meus sentidos
É pensando na liberdade, que entro em contato com meus limites...
A vontade de voar é um desejo, mas a liberdade me assusta
Estou livre para voar, mas ainda sinto minhas asas pesadas pelo o medo que nem sei do que, e pela consciência das supostas conseqüências...
Às vezes ganho, às vezes perco. Mas quero continuar tentando.
Quero continuar acreditando que terei forças para caminhar, mesmo que devagar, ainda que as passadas sejam em câmara-lenta, mas que sejam dadas para frente.
Não viverei sem sonhar, sem fantasiar, mas quero poder viver o real da vida... E sendo assim, coloco minha alma junto com as aves, para cantar e voar, enquanto eu fico em terra firme semeando sementes e esperando a chuva cair.
Estou aprendendo me esticar diante do vento, perdoar mais, me controlar mais, escutar mais... Estou prestando atenção nas cores e nas flores.
Eu não sei o que vou fazer no futuro, pois creio que os meus sonhos não findam, mas mudam...
Na vida só existe duas certezas, o resto vai se revelando depois do talvez.
No decorrer da vida fui aprendendo com os erros, e acertos... e entre sorrisos e lágrimas senti em absoluto, que um dos fatores de saúde é a paciência.
Estou aprendendo aceitar algumas verdades, deixando em paginas viradas, algumas questões que já mais pensei em abandonar... O melhor, é que pude perceber, que não foi uma questão de necessidade e sim, de escolha.
Aprendi que não devo me apoiar em ninguém, pois o outro pode desaparecer quando bem quiser, pois como eu, o outro também é livre.
Bia Lira