Algum lugar
E os mundos despedaçados;
ao vazio quase entrego meus ossos cançados.
As solidões da minha infância,
pela mesa do café;
os erros e as frustrações, vagantes e dolores,
como suicídas arrependidos;
de fora, junto com os cães;
As palavras surgem como um tiro;
no desespero, um grito de socorro,
se estende ecoado e preso.
-para onde vou depois daqui?-
tantos caminhos, nenhum para seguir!
De que vale um céu tão grande,
se o inferno está tão perto agora?
Ter tudo e estar só!
Ou ter nada?
Estátuas ocas enfeitam o meu quarto,
e o tempo,
que não consegue mais resgatar a vida?!
Os dias pedem carona;
as noites imploram perdão ao meu egoísmo.
Me pergunto, que tipo de monstro
eu me tornei(?)
Há por toda parte,
sentimentos de areia.
Na madrugada, o mar agitado se debate;
vulcões de sal e fogo,
estalam inertes a tudo.
Chego a pensar no silencio desta tarde:
-Fiz sem querer, dos disfarces a fantasia.
Mas o amor me fugiu pela porta de entrada
deste poema solitario.
(Edmilson cunha)
01.01.2009