A Utopia do Horizonte
Percebo o ar parado a minha frente e num lapso transporto-me para outro lugar e ainda assim não me sinto presente em parte alguma. Determino o caminho e não consigo trilhá-lo. Elaboro o projeto e não o executo. Perco-me onde mais me reconheço e só encontro os caminhos que nunca passei. Talvez querer não seja de fato poder, mas quando se quer, o caminho para tê-lo se torna mais curto. O que se quer afinal? E o horizonte deixa de ser a utopia do velho uruguaio Eduardo Galeano*e se transforma em algo palpável.
*"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar" (Eduardo Galeano).