DOR
O coração corre mais que o costumeiro
O peito arfa em sinal de cansaço
Os músculos sofrem
Com esse andar meio desandado
O ar me falta
A cabeça dói
A dor se expressa
De forma pungente no corpo
Mas que cala é o sentimento
A dor quem sabe de onde provenha
Quem sabe da alma
Mas como pode ela doer
Começo o raciocínio
A procurar o motivo
No finito do meu corpo
E acabo sempre no infinito d’alma
Procuro por ti
Procuro por mim
E não encontro nós
Então sozinho me pego
Olho para o chão
Custo a levantar o olhar
Quem sabe se por que
Aquele esteja mais perto deste
Quem sabe as coisas do homem
Estão cá na Terra
Enquanto as do Senhor
Estão lá para o céu
Despeço-me chorando
Me pego cantando
E acabo sonhando
Num turbilhão de pensamentos