MEAS (Movimento Estudantil do Alto Sertão): Desocupação
Existem momentos na vida que temos a oportunidade de olharmos no espelho, ou, nos olhos de um companheiro de luta, e dizer: é chegada a hora de recuar. Isso é amadurecimento! Tivemos os últimos 73 dias para construir esta consciência, e depois de amadurecida é o momento de torná-la pública. Não me permitirei aqui falar sobre aqueles que ficaram contra, ou em cima do muro, sem saber o que apoiar. A fala de hoje vai em forma de abraço a todos aqueles que desde o início se sensibilizaram com a causa e abriram mão de inúmeros projetos pessoais em prol desta idéia. Mas não só para eles, visto que os louros também devem ser estendidos à população em geral. Como me esquecer daquele senhor que chegou à porta da universidade nos primeiros dias de ocupação com um pacote de macarrão e uma caixa de molho de tomate numa sacola, e disse: “não tenho ninguém estudando aí hoje, mas o futuro é um mistério e se vocês não estivessem aí o futuro seria uma dúvida”. Recebemos apoio dos mais diferentes lugares e das mais diferentes pessoas, tivemos que abrir mão de alguns dogmas, como o de não aceitar o apoio político para as negociações, mudamos de idéia e quando o fizemos fomos abraçados e ajudados no que foi possível pelas representações do poder público municipal da cidade de Caetité - BA, entre eles, vereadores, presidente da câmara, vice- prefeita e o próprio prefeito. Se pensarmos no principal objetivo do movimento ele ainda não foi alcançado, mas o caminho está pronto, agora vamos precisar ainda mais de todos os que antes estiveram ao nosso lado. Hoje dia 27 de maio de 2009, depois de 73 dias, estamos desocupando a UNEB, mas é bem provável que ela não volte à normalidade visto que desde o mês de fevereiro o Campus VI não recebe as verbas necessárias para o seu funcionamento. É hora de parar e pensar sobre nossas responsabilidades no momento de escolher nossos representantes. Não estou aqui defendendo ninguém até por que não encontrei um só candidato digno de defesa, só estou apelando aos “Cidadãos” que repensem seu papel na sociedade e depois o assuma. *Ressalto publicamente, que continuaremos lutando pelos nossos ideais de uma educação superior que seja pública, gratuita e de qualidade, mas acima de tudo, HONESTA para com aqueles que se dispõem a participar de uma comunidade acadêmica onde as pessoas escolhem construir a sua própria historia sem aceitar de forma passiva o que lhes é imposto. Não podemos esquecer que “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Por esta e outras razões, o MEAS continua na luta!!!
*A conclusão a partir daqui é mérito de Eliana Márcia Carvalho.