Sobre acreditar nas palavras...
Houve um tempo em que o “eu tenho palavra” era questão de honra. Hoje em dia não o é mais. Além disso, pra podermos ter alguma segurança faz-se necessário um papel e uma assinatura. Não só pra garantir que o acordo seja cumprido, mas para haver uma prova de que ele foi feito e caso uma das partes falhe seja penalizada de alguma forma por isso.
Mas nem tudo na vida é passível de uma assinatura e nem sempre podemos penalizar de alguma maneira aqueles que não foram fiéis aquilo que falaram.
Bom seria se as pessoas ainda pudessem confiar no que dizem as outras. Um dia já tivemos esse poder. E é interessante como podemos causar e ter dois efeitos completamente contrários. Com ela acarinhamos, estimulamos sonhos, expressamos nossos maiores sentimentos, confortamos alguém, elogiamos, mas é com ela também que agredimos, destruímos, criticamos, enganamos e expressamos nossas piores emoções.
Hoje seu poder não é mais o mesmo, não para acalmar, não para expressar bons sentimentos, não para fazer acordos, não mais para aproximar pessoas... ao contrário, ela é usada para proveito próprio da forma mais vil sem se importar com o outro e pior, sem se importar com “a tal honra”.
A cada experiência somos fatalmente impulsionados a não mais confiar naquilo que ouvimos e assim vamos vivendo, de alguma forma levados a voltar à nossas raízes. Aprendendo a pronunciar apenas aquilo que temos certeza de que é a verdade e a cumprir tudo o que foi dito pela nossa boca... mas tudo isso se ainda houver alguma honra em nós.
e como disse um amigo meu: "... o papel tem mais valor que a palavra e, no caso do papel-moeda, mais valor até do que as pessoas."