RENASCER

Enquadrado numa tela vejo teu rosto

Tão perto, porém quão distante

Falas-me de sentimentos

Rolam as lágrimas que não se contém

Os soluços lhe rompem a garganta

E perdem-se pelo mundo pela boca

O brilho do olhar se torna baço

As mãos tremem, o coração palpita

São chegadas as horas do expurgo d’alma

O corpo agüenta, mas a alma se ressente

Por fora como um monte em santa quietude

Por dentro como um vulcão enfurecido

Seus ouvidos parecem entorpecidos

O som da alegria já não brada mais

Como se os tímpanos se recusassem a ouvir

Como se o som não mais caminhasse pelo ar

Mas aos poucos

Quando menos esperamos

A natureza se faz mais presente

As sombras dão lugar a luz

As pupilas de nossa alma se expandem

E começamos a ver que não estamos sozinhos

Nunca estivemos sozinhos

O jardim do nosso coração

Antes um sepulcro se torna florido

E descobrimos que somos angelicais

QUINKAS
Enviado por QUINKAS em 23/11/2009
Reeditado em 20/12/2009
Código do texto: T1939046