RENASCER
Enquadrado numa tela vejo teu rosto
Tão perto, porém quão distante
Falas-me de sentimentos
Rolam as lágrimas que não se contém
Os soluços lhe rompem a garganta
E perdem-se pelo mundo pela boca
O brilho do olhar se torna baço
As mãos tremem, o coração palpita
São chegadas as horas do expurgo d’alma
O corpo agüenta, mas a alma se ressente
Por fora como um monte em santa quietude
Por dentro como um vulcão enfurecido
Seus ouvidos parecem entorpecidos
O som da alegria já não brada mais
Como se os tímpanos se recusassem a ouvir
Como se o som não mais caminhasse pelo ar
Mas aos poucos
Quando menos esperamos
A natureza se faz mais presente
As sombras dão lugar a luz
As pupilas de nossa alma se expandem
E começamos a ver que não estamos sozinhos
Nunca estivemos sozinhos
O jardim do nosso coração
Antes um sepulcro se torna florido
E descobrimos que somos angelicais