Impasse

Odeio o modo como descompassa meu coração com sua presença...

(Seria um grande problema morrer de taquicardia?)

Odeio quando está próxima o suficiente para que sinta seu cheiro...

(Haveria no mundo alguma rosa com aroma mais agradável?)

Odeio como invade minha mente sem precisar de nenhum esforço!

(Senti-me mal por tê-la perto algum dia?)

Odeio como destrói minhas proteções como se fossem tão tênues!

(Será que já mantive alguma quando se tratava de você?)

Odeio como me arranca sorrisos mesmo sem os merecer...

(Poderiam ser tão aprazíveis quanto os seus?)

Odeio, também, o teu sorriso que faz-me esquecer onde estou.

(Há algo tão belo que possa ser ostentado com tanta simplicidade?)

Odeio esses lábios idiotas que me deixaram entorpecido (viciado?)!

(Que desejo sente um usuário de diacetilmorfina?)

Odeio a necessidade de vê-la a qual irrompe todos os malditos dias.

(Onde estão os demais protagonistas dos meus cenários?)

Odeio o seu olhar que poderia me tomar a atenção por um dia inteiro!

(Não se passaram apenas poucos segundos?)

Odeio como distorce o modo que organizo meus pensamentos.

(É incômodo sentir essa invasão?)

...

Nada posso entender.

Apenas sei o quão desorientado fico quando está por perto...

E, talvez, ansiasse muito segurar sua mão para me encontrar.

Parece errado.

Por isso, nunca acreditarei nisso...

Mesmo que seja um desejo.

Raphael de Oliveira
Enviado por Raphael de Oliveira em 22/11/2009
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T1937256