A FOLHA
Uma folha cai,
Espetáculo maravilhoso
Que se repete milhões de vezes,
Sem que nos apercebamos uma vez,
ou outra
Nela esta contida todas as leis,
Ela cai, cai, rodopiando como uma bailarina
Desafiando a inteligência de Newton,
Que demorou anos para descobrir o seu
bailado
Se lança no espaço, deixando a vitalidade
da particularidade da função da vida, para integrá-la
Na vida plena.
Ela cai, cai, rodopia como uma bailarina que deixa o palco da vida para agora engrossar os bastidores do universo
Pousa no chão, se acomoda na terra, pensa, suspira, como se saudade já sentisse
Como se mirasse para o universo e se acomodasse para um sono eterno
Como se esta lhe recebesse com um enorme beijo
O beijo da saudade
De fato, vá lá saber se não é amor antigo,
Vá lá saber se não eram amantes a moda de Platão
A distância fazia aumentar o amor,
O amor redobra o tempo
E o tempo triplica a saudade
Mas pensa ela: porque o amor
transforma o tempo que é uma dimensão
numa simples marcação que custa tanto a passar
Mas agora os enamorados juntos estão,
E se fundem como se um só fosse
Num amor mais que eterno, que é conjugado,
conspirado, e comungado pela eternidade.