Novembro de 1989
Eu tinha 8 anos e não entendia o que era o preconceito, a divisão, talvez naquela época eu abraçava o japonês da mesma forma que abraçava o norte americano, não que não faça isso hoje, mas não entendia porque o homem se divide, se agrupa, se estamos na verdade todos num só grupo, seres mortais.
O muro caiu para mostrar para o mundo que DEUS se manifesta no poder e na maioria e a maioria não se agrupa ela já é agrupada no desejo único de ser livre.
O muro que dividia caiu para a unificação, esta é a mesma que Bob sonhava para a África
É a mesma que Gandhi sonhou sobre o sistema de castas da Índia.
Hoje quando vi as cenas do muro caindo pensei:
Queria ter vivido aquele momento!
Mas vivi aquele momento!
Só não tinha idade para entender, e quando refleti sobre isso percebi que fiz parte daquilo, ou pelo menos vivi em um tempo onde o povo ainda fazia historia através do manifesto
Emocionei-me, sim chorei de frente aquele quadrado mágico que mostra imagens, como deve ter sido a emoção sentida por aquele povo? A emoção passada atingiu meu coração em todos os sentidos naquele momento.
Pensei como deve ter sido para aquela tribo refugiada do Egito há alguns anos atrás quando viram a terra prometida?
Como deve ter sido carregar um pouco de sal no manifesto de Gandhi?
Como deve ter sido na África o fim do Apartai?
Como deve ter sido quando zumbi cantava no quilombo dos palmares?
Berlim...
O muro já não existe?
Sei que todos estes fatos entraram para historia, mas me pergunto quantos muros internos ainda terão que cair para que a utopia “Paz” seja uma verdade?
Quantos ainda terão que cair para EU entender que faço parte do todo e não de uma fração?
Quantos muros você tem?
Vêem derrubando eles?
Ou ainda esta deixando que os muros o impeçam de evoluir?
Talvez um dia nós cantaremos uma mesma canção, em uma só voz, com nossos olhares fixados na mesma direção, só espero que tenhamos mente aberta na hora de escolher em qual idioma iremos cantar esta canção.