O existencialismo é um individualismo
Indivíduos são os átomos da sociedade, algo indivisível.
Mas assim como os átomos podem ser divididos em partículas subatômicas que são constantemente descobertas, os indivíduos podem, hoje ser clonados, ter os seus órgãos doados para transplantes, ter transtornos mentais com múltiplas personalidades, ou mesmo com nenhuma como no autismo ou na doença de Alzheimer.
No entanto, a felicidade ou o sofrimento só é possível para o indivíduo, não havendo dúvidas de que uma sociedade feliz e aquela que propicia a obtenção de graus máximos de felicidade ao máximo de seus indivíduos.
Diferentemente da coletividade das abelhas onde só a rainha tem a função sexual, a felicidade da coletividade humana parece estar ligada à realização sexual, sendo esta não apenas a reprodução, mas a obtenção do real prazer na relação entre indivíduos de sexos diversos, ou, para outros, até na relação entre seres do mesmo sexo.
Como nas abelhas, a especialização social é um fato, ocorrendo em termos profissionais e também em termos de classes sociais.
Os existencialistas privilegiam o indivíduo, estabelecendo que “a existência precede a essência”, o que significa dizer que o indivíduo é aquilo que efetivamente ele faz, a sua prática determina a sua essência, isto é o seu modo de ser, de agir, de raciocinar. Ou seja, ninguém nasce fatalisticamente predeterminado, e cada qual pode determinar e interferir em seu próprio destino.
Tal pensamento é mui belo. Porem ignora o fato de que as pessoas nascem em classes sociais determinadas e em função disso tem os seus processos educacionais predeterminados.
Ou alguém nasce dentro de determinado grupo racial e em função disso tem o seu destino condicionado. Um judeu na Alemanha nazista estava destinado ao extermínio. Um negro na áfrica de 400 anos atrás poderia ser transformado em escravo. Não é fatalismo, mas é determinismo.
Assim, não é Nietzsche quem o diz, sou eu, e pode meter o malho à vontade, o existencialismo é um individualismo exacerbado.
Comentário:
2/11/2009 16h56 - Jotaerre
Você nascer numa sociedade ou ambiente desfavorável é uma fatalidade, porém permanecer nele mansa e pacificamente é covardia e burrice. Se é judeu e vive na Alemanha nazista nas épocas de guerra, minta, diga que não é judeu. P'ra que morrer por questões raciais ou orgulho racial? Deus lhe deu a vida para vivê-la corajosamente. Seja humilde e modesto, defenda a sua vida de unhas e dentes. Se querem matá-lo, defenda-se, não se entregue jamais! Persista sempre em existir. Há incontáveis números de magnatas pelo mundo a fora, que nasceram em berços paupérrimos, no entanto, isso não os impediu de irem a luta e vencerem. As mulheres foram a luta e hoje ocupam cargos e profissões invejáveis. Com os irmãos negros acontece o mesmo. A medida que as nuvens da ignorância humana são substituídas pela cultura e amor o mundo vem tornando-se um lugar melhor para se viver. O mundo todo vive em mutação e os seres humanos muito colaboram para isso. Não existe nada eterno e definitivo, tudo se muda e transforma, até a nossa própria alma. Abraços, Jaime.
Resposta:
Prezado Senhor:
Agradeço a leitura do meu texto sobre o existencialismo.
No entanto, não compartilho de sua opinião sobre o poder do voluntarismo sobre as condições desfavoráveis.
Houve o exterminio de 6 milhões de judeus pelos nazistas, cidadãos comuns, arrancados de seus lares e internados em campos de extermínio e é realmente triste verificar que o senhor acha que eles foram "burros ou covardes" e não lutaram para defender as suas vidas. Ou seja, o senhor coloca a culpa dos assassinatos nos próprios judeus.
Não sei se o senhor sabe que o gueto de Varsóvia se rebelou e sustentou a luta com o exercito alemão durante mais de 40 dias antes de ser destruido. Alguns judeus escaparam, e não foi "mentindo e dizendo que não eram judeus", mas se escondendo em galerias de esgotos.
Comapartilho de sua visão do progresso humano e creio que logo chegaremos numa humanidade digna. Mas o passado da humanidade é vergonhoso.
Abraços. Jacques.
PS: Bill Gates sempre foi rico.