Cada dia perdido a escorrer pelas mão...

Meu medo é que a graça já não faça graça. ..Que a vontade perca a intensidade em seu disfarce e serenamente se desgaste...Por todas as palavras que não me dissestes, por todos os beijos que deixastes de me roubar, por nunca ter adormecido em teus braços, por nossos corpos nunca terem se amado, pelas barreiras de um simples a "sós", pela distância que existe entre "nós"...Meu medo é indagar meus lamentos, que se passam no vento e o tempo que não fora vivido, a cada dia perdido a escorrer pelas mãos, como flores espalhadas, desanimada, o tudo virando nada, a toalha jogada, o não da mera encenação, o que revela união ou elucida a separação.

Separação: um ganho, um dano, uma perca, mas se perde o que não te pertence? Se esquece a quem não te conhece? Na solidão de um som que te interesse. Na vitrola, um Vercilo à quem se entregue e no peito a incerteza, o indefinido de quem tão pouco te merece..Ou talvez A quem tanto pedes já não deixa que acontece pois há algo de melhor que te reserve e seu futuro em Tuas mãos se tece!

Larissa Albuquerque
Enviado por Larissa Albuquerque em 11/11/2009
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T1916908