A vida em si

A vida é uma coisa bem estranha, a gente nasce com uma única certeza a de que um dia vamos morrer, que é exatamente o oposto do que acabamos de fazer, nascer ou viver. Então talvez essa história de que opostos se atraem seja verdade. E falando nisso, o amor também algo bem curioso, o homem tenta decifra-lo com suas filosofias, igualmente fazem com a morte, mas a verdade é que tudo isso é um mistério. E as pessoas fingem que não ligam mais pro que vai acontecer, mas no fundo elas se corroem de medo de uma coisa que é a fonte de todos esses mistérios, o futuro. Mas como disse o grande Cazuza, em seus últimos dias de vida - e que mesmo morrendo nunca parou de escrever -, " o futuro é um abismo que só vamos saber quando nos jogarmos nele", ou algo parecido.

As vezes passamos boa parte da nossa vida, planejando o tal futuro, mas isso é uma tolice, porque enquanto a gente planeja ele já está acontecendo, a cada segundo sem que percebemos.

Cazuaza também disse: o tempo não para e a gente ainda passa correndo.

Mas talvez se deixamos de planejar e se deixamos as coisas fluírem naturalmente, poderia tudo sair dos eixos e perdermos o controle, e no fim nos lamentarmos por não ter feito nada; ou podemos ficar planejando cada passo, pesando pós e contras e no fim nos arrependermos por não termos vivido livremente.

Nossa, me surpreendo com a profundidade da vida, como um buraco negro onde até a gravidade se contraria a cada hora, pois não sabe se faz o que é lógico , e o que todos esperam; ou se vai contra todos os princípios, contra a lei, e surpreende a todos com um fenómeno arrasador.

O fato é que temos que escolher um lado, eu sou um daqueles que vive o que tem que se viver, eu não planejo e nem espero nada desse nada que é a vida, eu vivo mentalmente e impulsivamente.

Eu, assim como Cazuza, não posso levar a vida então quero que ela me leve. Me leve como um vento forte leva um poste fixo e pesado, deixando todos espantados.

Me leve pra qualquer lugar onde esse enigma denominado de vida, seja intenso o bastante pra eu poder compreende-la.

Jéssica Fiaz
Enviado por Jéssica Fiaz em 09/11/2009
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