A jovem bala perdida

Eu queria ser apenas o alvo e poder esquivar de uma flecha, mas nesta vida somos destinados á uma missão, mas nasci bala, agora sou uma jovem bala perdida e no caminho vidas espalhadas, amedrontadas, hoje sei que não sou exemplo pra ninguém, mas não me sinto culpada quando viajo através dos revólveres e fuzis, sou parte de uma sociedade castigada pelo poder e a ganância,

Tenho meus dias de paz, antes que o cão seja acionado sou tão inocente quanto uma arma branca á picar os alimentos.

Meu poder está na cabeça dos loucos, das latrocidas, dos traficantes, os policias atiram antes e perguntam depois, é neste momento que me ascendo toda, me queimam as partes de baixo, ai eu saio como um raio, às vezes direcionada pelo ódio, outras pela opressão e tantas às vezes pelo cumprimento do dever, já ouvi dizer que em terras distantes existem uns "primos" enormes, chamados bala de canhão, eles tem um poder de destruição muito maior que o meu e atinge as vilas, os becos, as ruas e as cidades.

Inventou-se outra de proveta, enorme, talvez a única que possa realmente acabar com o nosso planeta, mas nós balas estamos perdidamente projetadas para morrer na missão,

Como a abelha, não verá mais o próximo por do sol, nosso leito é a morte, nossa cama é a dor alheia, e as mentes expostas estão degradando um arsenal de vidas inocentes,

Sou uma bala perdida no meio do ódio de muita gente,

Vou escapulir do dedo do malfeitor, vou ser para muitos o milagre e para outros á dor da perda.

Mas um dia vou embora à china, vou treinar e me transformar em espada ou me esconder nos montes gélidos, transformar tudo em branco da paz, ser paisagem e mudar a minha história.

Gueko
Enviado por Gueko em 07/11/2009
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