Religião nunca olvidar

O homem que está nascendo

O dia que ficou pra trás.

Eram sentenças

Que não tinham mais cabeças

Para enforcar.

Para pensar.

Eu era assim

Por acaso

Um disco virado

Que tocou no riscado.

Eram as leis

E suas demagogias.

Os reis

E suas panças largas.

Causa delírio

Acaba com a inibição

Atrai o olhar de cuidado

Com a sua desatenção.

Esqueceu de arrumar o penteado

Deixou a barba para amanhã

Ele não era do tipo que usava lençol.

Eu era Zé Ramalho

No que me vi de Raulzito.

Mesmo que Maurício fosse Baia

Não tinha jeito: Era Bob Dylan.

Na minha confusão

Era religião

Nunca olvidar

Que sou parte de quem vejo

Este mundo desbravar.

E o problema questionar

Pra verdade me jogar

E sem medo ser feliz.

Eu era rei, mesmo sem títulos

Que se fosse nomes e patrimônios

Nunca me esqueci da terra onde nasci.