A UTILIDADE OU INUTILIDADE DO SER - Parte I

Todos nós somos úteis. Aquele que escreve é útil ou nocivo, um dos dois ou os dois ao mesmo tempo. É nocivo se o que escreve são coisas inúteis, sem nexo ou simplesmente as escreve para preencher espaço e tempo. Se deforma ou falsifica, mesmo inconscientemente, para obter em proveito próprio algo que lhe renda fama através da promoção de um escândalo ou mesmo de falsas informações passadas formando assim opiniões errôneas a respeito de determinados assuntos. É útil se acrescenta algo à lucidez do leitor, se o livra da timidez ou preconceitos e, faz com que seja visto pelo leitor ou ouvinte o que ele sozinho não teria visto ou sentido. Se o que escrevo é visto através da leitura ou apenas de me ouviram falar, declamar e, se o que faço atinge apenas uma pessoa, construtivamente, lhe traz uma ajuda qualquer por menor que seja, nem que seja por um momento, então me considero útil. Acredito na emoção do momento, na infinita, aquela que te deixa lembranças, recordação para sempre. De todas as pulsões, de como tudo tem prosseguimento e sempre se reencontra sob uma forma ou outra nessa utilidade que pode se estender bem longe e bastante no tempo.

Um livro pode ficar esquecido por mil anos em um canto da biblioteca, de uma estante ou, simplesmente jogado dentro de um guarda roupas, mas se de repente, alguém o lê pode descobrir maravilhas ou abismos através de uma linha que pode ter sido escrita apenas para mim e naquele momento está a servir para quem o está lendo. O escritor, não necessariamente aquele que já tem livros publicados, mas todo aquele que tem sentimentos, dom para a escrita e interpretação do que a vida lhe dá, mostra ou simplesmente se oferece para que seja cantada em versos, prosa ou apenas transportada para o papel como pensamento, dando vazão ao que sente ou sentia no momento, não é diferente de qualquer ser humano. Em geral tudo o que se diz, tudo o que fazemos nos conduz. É preciso tentar deixar pelo menos dentro de nós um mundo mais limpo, mais belo do que é mesmo que mundo seja apenas seu dentro de você e que pode ser também um quintal ou uma cozinha, um quarto ou uma sala. Todos os sonhos, acredito mesmo aqueles que dizemos, são irrealizáveis, impossíveis, além do escritor, o menor dos poetas é convicto de que nada vale a pena se a alma é mesquinha e pequena.

Viver a vida é sentirmos cada segundo, cada partícula do momento. É cultivar o amor, a amizade sincera, é nos completarmos através das palavras e dos sentimentos bons e da entrega ao ser amado, ou o que ou a quem está amando.

Todos nós temos o direito de sonhar, pois é a garantia da realidade e com certeza iremos atrás daquele nosso sonho. Nós somos o tamanho dos nossos sonhos.

BCFerr
Enviado por BCFerr em 06/11/2009
Código do texto: T1907967
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