Eros
“As belas que me perdoem,
Mas a feiúra é fundamental”
Sejamos francos, a beleza é normal.
E o normal é chato, chato como farinha e água, tem gosto de rotina, de hóstia.
Sendo ainda mais franco, o feio é belo.
Não, não quero fazer uma ode aos corajosos e intrépidos Sãos Jorges, e menos ainda as barangas, que o diabo as carregue. Eu deveria ter pena do diabo. Falo não do horrível, do descomunal, mas do feio, das feiúras, dos charmes, do exotismo, da individualidade plena, falo da beleza do feio. Falo da dentuça, da pintinha acima do lábio(convenhamos é brega), das orelhas de abano, dos seios pequenos, dos bochechões, e de todas de todas as outras feiúras que são belas para alguns. Seja no detalhe, como os olhos pequenos, seja estrutural como as formas da gordinha sexy; o que realmente atrai não é a beleza, mas a feiúra, pois belas muitas o são, especiais, só algumas, talvez só uma.
A beleza verdadeira é a beleza exclusiva, não a real, é a beleza que é só tua, só de teus olhos, esta é a beleza, e o belo é feio. Pois o belo real é artificial, é social, criado pela cultura, é um padrão rigidamente fabricado, um molde frágil e confortável. O que atrai não é o modelo, é o que foge dele, e tu ainda considera belo, o teu belo, por isso que ele é o belo verdadeiro, porque está acima do belo da cultura. A feirúra é teu belo por excelência.