Profanação
É teu o nome (qual nome?) que chamo, às vezes
Sozinha, olhos na escuridão
da noite que parece nunca acabar.
São as tuas mãos que imagino
quando fecho os mesmos olhos
e acabo tocando aquele que te espera...
Máquina da alma!
Ilusão etérea que toma conta
da pesada carne!
São teus o os olhos que
deveriam abrir-se ao meu lado...
É isso que meu corpo me diz...
E fechar-se no cansaço da madrugada.
Ternura...
inocência talvez...
O que falta a todos nós.
É tua a imagem que está em minhas orações.
Não por seres santo...
Mas por não ter coragem de te tocar.
Sem presença
sem conexão
sem um beijo
sem profanação.